O instrumento pertence à sub-família dos violinos, que engloba os instrumentos orquestrais de quatro cordas afinadas em quintas. Essa família se diferencia da família do violão tanto pela afinação, que ali se dá em quartas em vez de quintas, tanto pela forma diferenciada do instrumento.
A característica padrão do instrumento foi estabelecida por Stradivarius, em 1680. A partir dos Concertos Espirituais de Boccherini, o violoncelo passou a ser tratado como solista, e não somente como um instrumento para compor o naipe de cordas.
Uma das primeiras citações sobre o violoncelo foi numa coleção de sonatas italianas anônimas, datada de 1665. Tornou-se popular como instrumento solista nos séculos XVII e XVIIIPelo seu tamanho, é mais comum que seja tocado apoiado ao chão por meio de um espigão, haste de metal em sua extremidade. Usualmente, o músico deve estar sentado, com as pernas afastadas, com o instrumento entre os joelhos e o braço do violoncelo repousando sobre o ombro. As quatro cordas são afinadas em Dó, Sol, Ré e Lá, como na viola, mas uma oitava mais grave. As composições para violoncelo são escritas fundamentalmente na clave de Fá na quarta linha. A tessitura média do violoncelo é de mais de quatro oitavas - indo do Dó1 ao Fá5.
As grandes orquestras utilizam entre oito e doze instrumentistas de violoncelo no naipe, dependendo, para isso, do período histórico e estético da orquestra (orquestras românticas são maiores que as clássicas, por exemplo).
Sua sonoridade é considerada bastante expressiva, sendo conhecido como o "rei" dos instrumentos de cordas. Seu uso está mais presente na música erudita, embora sua presença seja cada vez mais comum na música popular, tanto dentro de quartetos, quintetos ou orquestras de cordas como acompanhamento, quanto em presença solo. Beatles, Belle & Sebastian, Ira! e Titãs são alguns dos diversos grupos de rock que utilizaram e utilizam o instrumento. A incursão de nomes como Yo-Yo Ma em gravações dedicadas à música popular norte-americana, argentina e brasileira e presença cada vez maior de violoncelistas dedicados ao gênero popular têm aumentado a visibilidade do instrumento.
Um dos compositores brasileiros mais interessantes da atualidade Andersen Viana compoe nao apenas para o instrumento solo ou com acompanhamento, mas também para Orquestra de Violoncelos, seguindo a tradição Villalobiana. Como importantes expoentes do "violoncelo popular" cabe citar o brasileiro Jaques Morelenbaum que acompanhou diversas vezes Caetano Veloso e outros artistas da MPB e da música pop internacional como Sting, David Byrne, Cesária Évora, Adriano Celentano, e também o grupo de prog metal finlandês Apocalyptica, um trio de violoncelos, acompanhado por um baterista, que quebra com a ortodoxia padrão do instrumento, ao utilizar várias técnicas como o pizzicato, e, tocar de modo muito acelerado, a fim de substituir a guitarra e o baixo. Esse estilo foi batizado como cello metal
As partes do violoncelo
Um
violoncelo é composto de aproximadamente 70 partes e tem um corpo de
70-75cm de comprimento. A qualidade da madeira é extremamente
importante, pois dela resultará num instrumento de qualidade e som
superiores. A seleção da madeira é feita dando-se preferência àquela
que tiver um desenho de anéis de crescimento estreito e regular. A
espessura ideal da madeira (tampo e fundo) deve ser a menor possível,
desde que não haja perda de resistência.
O interior do violoncelo contém muitas partes que não são visíveis e são extremamente importantes. As contrafaixas são formadas por 12 partes de pequenas tiras feitas de madeiras leves, como às do tampo, coladas nas beiradas das faixas para que, quando elas forem coladas ao tampo e ao fundo, haja uma área maior de contato. Ao mesmo tempo, seis blocos da mesma madeira são colocados, um em cada canto do instrumento, com as contrafaixas incrustadas para evitar deslocamento, um na parte superior, onde é encaixado e colado o braço do instrumento, e o último na parte inferior, com um orifício perfurado onde se encaixará o espigão.
Há ainda a barra harmônica que é
colada no interior do tampo, passando debaixo do pé direito do
cavalete, do lado das cordas mais graves, e seu comprimento é de cerca
de 6/8 do comprimento do tampo. Sua espessura média é de 12 mm. e sua
altura no centro é de aproximadamente 25 mm. e 5 mm. nas extremidades.
Estruturalmente, serve para reforçar o tampo devido à enorme pressão
sofrida pelo instrumento na área ocupada pelo cavalete e por isso é mais
alta nessa região.
A alma
é uma peça de madeira cilíndrica que se encaixa (sem ser colada) entre o
tampo e o fundo, cortada de modo a combinar exatamente com as suas
superfícies internas, não devendo ser muito comprida, forçando o tampo,
nem muito curta, caindo quando as cordas estiverem soltas. Os veios da
alma devem ser perpendiculares aos do tampo para evitar danos ao mesmo.
Sua grossura é normalmente de 10 a 12 mm., e deve permitir que passe
através do efe esquerdo, pois ela é apenas colocada (um pouco abaixo do
pé esquerdo do cavalete, eqüidistante da barra harmônica).
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